Dragon's Crown - Analise

É, é uma analise de um jogo mais de um ano depois do seu lançamento. Sim, eu sei, quem tinha que comprar já comprou, ou aproveitou e pegou de graça na PSN no mês de agosto de 2014 (se ainda não pegou o seu, corre que da tempo). Não, eu não ligo para nada disso e vou dar minhas impressões sobre o jogo ainda assim. Bora lá.

Tomb Raider

Agora é hora de falar sobre o que eu achei do game. Mas antes de mais nada, essa game é um reinicio da série, sem relação com os anteriores, sendo considerado o primeiro jogo de uma nova série de Tomb Raider.

Mods de Skyrim

Esses são os mods que eu uso em Skyrim. Acho legal compartilhar, fazendo uma lista daqueles que valem a pena baixarem para diversificar o jogo. Você pode baixar mods no Nexus ou na Oficina Steam, mas é importante que leia cada descrição, pois alguns mods exigem outro mod ou que você tenha alguma DLC para funcionar.

Resenha - Dragões de Eter

Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltaram contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Essa Influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas.

Defendendo Kill la Kill e suas roupas "depravadas"

Vamos ao que pode ser considerado um problema no anime: quando Ryuko Matoi e Satsuki Kiryuin se transformam usam roupas ultra sexys, principalmente a segunda. Segundo várias pessoas, quando as personagens femininas de qualquer midia, seja anime, mangá, séries televisivas, games, filmes, etc, usam roupas curtas é porque estão sendo objetificadas

sábado, 25 de janeiro de 2014

Pause Ahead

Post rapidinho só para falar desse jogo maneiro feito pela Askiisoft.


Pause Ahead é um jogo simples de plataforma onde seu personagem apenas anda e pula. Ao menos é isso que parece no começo, até você entender como funciona a mecânica de pausa dele. Ela é que dá a esse jogo extremamente simples todo um sabor especial.


Além de uma mecânica muito bem feita, o jogo conta com um level design divertido que algumas vezes vai exigir que você repita as fases várias vezes até conseguir terminá-las. Somadas a isso, temos um bizarro 'narrador' - na verdade, só textos que aparecem na tela tanto no inicio das fases quanto quando você pausa - que torna a experiência de jogo ainda mais legal.

Se você tiver 15 ou 20 minutos, jogue Pause Ahead, vale a pena.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Sugestão de Personagem para RPG - Galatea Dumoulin

Estou trazendo uma postagem totalmente diferente hoje. A ideia é apresentar um histórico de personagem para RPG. Não tem ficha montada ou coisa do tipo, mas para quem tem dificuldades para criar históricos para personagens, e aproveitando que eu adoro escrever muitos históricos, mas nunca consigo usa-los nos jogos, estarei postando de vez em quando os históricos de minhas personagens. Como sou mulher a minha tendencia é criar personagens femininas, mas nada que não possa ser adaptado para qualquer outro tipo de personagem.

A primeira é uma personagem que pode ser templária, guerreira ou paladina, dependendo do sistema que você estará jogando.

Há duas versões do texto, o resumido para colocar no histórico e o completo para entender a personagem e como ela pensa.

Nome: Galatea Dumoulin
Raça: Humana
Idade: 20 anos

Nasci e cresci na nobreza. Sou filha de um templário que foi o braço direito do rei de Arishedina com uma sacerdotisa do templo do deus da Justiça. Desde cedo aprendi os costumes da corte, estudei sobre governo, deuses, reinos aliados e inimigos, como me comportar em um evento promovido pela nobreza, como conversar, interagir e se vestir adequadamente, mas como filha de um homem de espada, meu destino era seguir seu caminho e substituí-lo quando ele falecesse.

Aprendi a brandir uma espada longa, a golpear e defender-me em campo de batalha, aprendi táticas de guerra, estratégias, medicina e logo me destaquei entre aquelas crianças que treinavam comigo, todos eram como eu: filhos de nobres ou soldados do rei, preparando-se para defender o reinado quando completassem 15 anos. Todos humanos, bem alimentados, com as melhores roupas e equipamentos que o dinheiro poderia comprar.

Gostava de usar minha mão esquerda para brandir a enorme espada, era uma grande dificuldade, mas o desafio de fazer isso somente com uma mão era o que me motivava a criar um estilo de combate. Assim que completei 15 anos, fui escalada para o batalhão dos Guerreiros Iluminados, onde começaria minha carreira como templária. Aprendi a lutar encima dos cavalos, aprendi a lutar com pouca armadura, e tudo o que sabia era colocando em prática sem nenhum instrutor por perto. Era diferente de todos ali por brandir perfeitamente uma espada longa com a mão esquerda.

Mas essa era a única coisa que eu realmente fiz porque queria, porque tudo o que eu tive foi imposto pelos meus pais e pela própria sociedade em que eu vivia. Nunca saí para conhecer o reino sozinha, normalmente meu pai ou algum instrutor me levava para conhecer algumas partes da cidade, e sempre que viajávamos para outras localidades, nossas carruagens eram cobertas quando passávamos pela cidade, alegando que era para nossa segurança, evitando com que houvesse ataques contra nossa vida.

Aos 20 anos houve um atrito contra um reino e fomos convocados para uma luta, pois os reis se desentenderam e queriam medir suas forças. Foi nessa luta que, ferida, fugi para a floresta antes que me matassem. Não sei por quanto tempo andei, nem sei se havia alguém me seguindo, mas após meu desmaio, acordei em uma cabana em meio a um pântano. Uma mulher cuidava de meus ferimentos, uma senhora humana com rugas no rosto e cabelos grisalhos. Perguntei porque ela me ajudou e simplesmente respondeu que a floresta não queria que eu morresse. Não entendi o que ela quis dizer, mas ela me explicou que meu destino não era morrer ali, que meu destino era outro totalmente diferente daquele que eu imaginava ter, pedi para explicar mais, mas ela me silenciou dizendo que eu não posso contrariar o destino, nem mesmo questioná-lo.


Ela era estranha, mas simpática e boazinha o suficiente para curar meu ferimento, que por pouco não infeccionou e seria obrigada a amputar a perna. Um mês depois do ataque, disse que iria recompensá-la com o que ela queria, mas negou qualquer coisa, e pediu para seguir uma estrada que me levaria de volta para casa. Confiante na simpática senhora, segui o caminho, e notei o quão longe eu estava. Passei dois dias caminhando dentro da floresta, enfrentando alguns animais selvagens que tentaram me atacar, até encontrar com uma criança de aproximadamente 4 anos de idade sozinha.

Quando me aproximei, ela reagiu de forma agressiva e reparei como ela era: um menino de cabelos brancos, pele negra e orelhas pontudas. Ele era um elfo negro. Li sobre eles em alguns livros e saquei a arma, olhei ao redor imaginando se era algum tipo de emboscada, mas nada aconteceu além do menino começar a chorar. Aproximei-me e o chamei, ele não respondia, mas estava passivo. Não deixaria a criança sozinha, peguei-a no colo, e apesar de alguma resistência, ele cedeu aos meus braços e o levei. Após quatro dias consegui encontrar a estrada e em uma semana de viagem, chegamos ao reino. Todos estavam animados com minha volta, mas se estranharam com o menino. Meu pai mandou abandoná-lo, e minha mãe pediu para doa-lo ao centro de crianças abandonadas do reino, pois eu não poderia ficar com ele. Tinha me apegado ao menino durante minha viagem de volta para casa, foi por pouco tempo, mas o suficiente para que eu ganhasse sua confiança e criarmos um laço entre nós.

Após muita briga, o meu instrutor explicou que o menino possuía uma doença complicada e que morreria logo, pois não há cura para ela. Era uma doença provocada pelo excesso de magia, normalmente acometia filhos de magos ou gente que resolvia mexer com forças que não conhecia. Era comum essas crianças possuírem marcas azuis ou brancas em seus corpos em forma de linhas e com o passar dos anos, sofrer em agonia por dores que elas provocam. Todos insistiram para abandoná-lo antes que eu sofresse quando ele morresse, já que era filho de gente que mexia com magia, ele estava condenado desde seu nascimento.

Nisso, abandonei minha cidade e segui com o menino, que chamei de Johan, atrás de uma cura para sua doença. Não aprendi tudo o que aprendi para ficar defendendo uma pessoa que já tem milhares de soldados. Agora eu finalmente encontrei minha verdadeira motivação, encontrei algo que eu realmente quero fazer por mim mesma. Abandonei uma vida confortável com comida boa, um teto para dormir e segurança para seguir em um mundo perigoso, violento e desconhecido para salvar a vida de uma criança que me considera como sua mãe.


Versão Resumida:

Uma garota que nasceu na nobreza. Seu pai era um templário que trabalhava para o rei e sua mãe uma sacerdotisa do deus da justiça. Ela aprendeu a lutar com uma espada longa, e por teimosia, usava somente a mão esquerda para brandi-la. Ela seguiria os passos do pai depois que ele morresse.

Aprendeu tudo o que pode sobre os reinos, táticas militares e como se comportar com os nobres. Nunca teve contato com outros que não fosse de sua classe social. Entrou para o grupo chamado Guerreiros Iluminados, o clã de templários de seu pai, e aos 20 anos participou de sua primeira batalha contra um reino. Quase morreu, mas escapou correndo para a floresta e foi salva por uma mulher velha, que cuidou de seu ferimento na perna e disse algo sobre o destino dela ser outro.

Quando estava no caminho de volta para casa, encontrou um menino drow e o adotou. Chegou em casa e todos hostilizaram o garoto, até ela descobrir que ele tinha uma doença que acometia filhos daqueles que exageravam no uso da magia. Ela não quis abandonar o garoto, pois ela o considerava um filho e ele a considerava como mãe.

Largou tudo para trás para ir em busca da cura para a doença de seu filho, e não vai desistir por nada desse mundo.
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Penultima imagem: http://digital-fantasy.deviantart.com/
Ultima imagem: http://peterprime.deviantart.com/art/Gentle-Paladin-313507207

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Dragon's Crown e Pensamentos Sobre Sexismo

E voltamos ao bloggers! E para comemorar isso, em vez das minhas rotineiras análises sobre jogos, filmes ou animes, vamos para algo mais polêmico. Mamilos!

Quase isso. Por pouco não são mamilos, mas ta ali um assunto com o outro.


Antes de começarmos, meus conhecidos panos quentes:

1. Esse artigo não é de nenhuma forma uma análise de Dragon's Crown. Nunca sequer toquei as mãos no jogo em questão, embora conheça muito sobre o mesmo.

2. Eu vou usar como exemplos do meu artigo uma discussão entre o artista do game, George Kamitani e Jason Schreier, do site Kotaku, e a opinião de Luke Plunkett, também do Kotaku. Apesar disso, esse artigo não é de nenhuma forma um ataque a nenhum deles, e sim base para apoiar a teoria que vou apresentar.

3. Eu espero que esteja colocando isso apenas por paranoia, e as pessoas entendam. Mas as opiniões expostas nesse artigo NÃO REPRESENTAM o blog como um todo, e sim só a desse autor que vos fala, Lucas.

O "corpo" do problema

Para quem desconhece, vamos começar com uma explicação básica da fonte da discussão, o jogo Dragon's Crown da Vanillawere. Um Beat and Up com temática medieval-fantástica, assim como os antigos Golden Axe, King of Dragons, e D&D: Tower of Doom e Shadow Over Mystara. Sua arte magnifica, porem extremamente exagerada, foi a fonte de tudo.

Inicialmente, nesse artigo, Jason diz que a feiticeira foi "obviamente criada por um garoto de 14 anos", se referindo ao corpo exagerado da personagem. Kamitani, não levando muito bem o ataque pessoal, fez a seguinte piada:

Parece que o Sr. Jason Schreier de Kotaku não está satisfeito nem coma Feiticeira nem com a Amazona.
Uma arte da orientação que ele gosta foi preparada.

Obviamente essa imagem, somada ao comentário, não trouxeram nada de bom para Kamitani. A mensagem parece questionar a sexualidade de Jason. Segundo esse artigo, essa arte foi feita pelo artista como uma forma de criticar as lojas japonesas, que tem direito a pedirem artes exclusivas para o lançamento (normalmente das personagens femininas em trajes sumários), e essa arte foi feita no intuito de mostrar o Anão, um personagem não tão popular, e algumas de suas palhetas de cores. Além disso, também explicou que todos os personagens do jogo tem silhuetas exageradas exatamente para causar um destaque de outros jogos e projetos artísticos de fantasia medieval, já que jogadores de D&D vão encontrar uma boa quantidade de monstros clássicos ali.

De qualquer forma, nenhum dos dois foram muito felizes em seus comentários, e é triste ver dois adultos se atacando dessa forma, embora, segundo Kamitani, a sua frase seria uma piada leve em japonês, que graças ao Google Translator se tornou isso. Eu estou inclinado a acreditar, porque eu uso esse serviço da Google muito constantemente e conheço bem sua qualidade.

Mas antes que Kamitani enviasse um e-mail formal pedindo desculpas por suas atitudes e por sua arte (coisa que eu considero particularmente absurda) no dia 26/04/2013, ambos parecem ter entrado em contato por Facebook, o que gerou outro artigo para dizer um mínimo interessante. Quando questionado de porque não reclamava também sobre os homens suados do jogo, Jason afirmou que é porque a indústria de videogames tem um grande problema de sexismo. Que ele não está disposto a aceitar a Feiticeira como uma brincadeira quando tantas mulheres se sentem desconfortáveis jogando, trabalhando na indústria de videogames ou participando de eventos de jogos.


Mas a motivação maior para esse artigo veio da postagem de Luke Plunkett, datada do dia seguinte à publicação das desculpas de Kamitani. Nele, Luke fala sobre o site americano de Dragon's Crown e duas artes que tinham sido retiradas na data (agora, ambas estão no site), a pedido da Entertainment Software Rating Board (ESRB). A Amazona recebeu o seguinte comentário do autor:

    A primeira é a Amazona, uma "guerreira destemida". O que é engraçado/estranho sobre este pequeno pedaço de censura é que ela não é particularmente sexual. Claro, há um pouco de decote a mostra, mas se o decote é a primeira coisa que você nota, bem, você é um pervertido. Porque o decote é a menor coisa nessa imagem. (Além da cabeça).

Ele não disse nada sobre a Feiticeira além de "é uma usuária de magia com grandes peitos". Não que ele precise, a internet inteira já tinha falado mais do que o suficiente sobre.

Minha opinião (de merda) sobre o assunto

Não posso deixar de concordar com Jason em parte, sobre os problemas de sexismo, embora eu não conheça a fundo a indústria de games para saber a extensão desse problema. O ponto é que, mesmo com toda a evolução constante que a sociedade vem sofrendo, infelizmente ainda é uma sociedade machista. Dragon's Crown se aproveita da imagem feminina para vender? Sim, não posso discordar disso. Mas a ESRB, o mesmo pessoal esperto que tirou as imagens da Feiticeira e Amazona do site americano, classificou ele como Teen, ou seja, 13+. Adolescentes cheios de hormônios, sabe?

Mas que tal julgar o jogo pelo conteúdo? Seus seis personagens principais poderiam ser divididos em duplas. O Guerreiro e a Feiticeira são os mais próximos do 'padrão de beleza' de nossa sociedade, ele, forte e com um rosto angelical por baixo de seu elmo, ela, curvilineá e linda. O Anão e a Amazona são absurdo, ambos vestindo menos de meio metro de tecido e cobertos de músculos. Por último, o Mago e a Elfa seriam os personagens normais, com físico comum, cobertos, e de aparência agradável. Além disso, durante todo o jogo, encontramos personagens na história igualmente absurdos. Guerreiros imensos, mulheres sensuais, monstros... monstruosos. Todos exagerados em cada detalhe, e a arte é muito bem feita, apesar disso.


Sim, exagerados e caricaturados, estereotipados. Cada um mais que o outro. Vamos lembrar de alguns estereótipos de fantasia? Dois, mais precisamente. Magos em seus robes e roupas leves, pois de algum modo magia e armaduras não combinam tão bem, e Bárbaros, que pulam para as batalhas com suas tangas de texugo e músculos, contando apenas com seu poder e habilidade para se defender. Agora inverta os sexos e adicione um sutiã para nossa bárbara não ficar NSFW (mais).

Força 20, interp... digo, Carisma 6
Vou dar uma situação hipotética para vocês. Esqueçam por um momento tudo o que sabem. Pensem em um mundo perfeito, onde ninguém é julgado. Ninguém é obrigado por religião ou cultura a ser, se vestir, ou agir de tal modo. Escolha qualquer roupa estranha que te vier a cabeça, que você ache legal, que te faça sentir bem. Pense que agora você pode tranquilamente se vestir assim, e desde que não ultrapasse a liberdade dos outros, não será julgado. Que as pessoas não vão ultrapassar os limites com você, a não ser que você aceite isso.

Um mundo melhor, não é?

Agora afaste um pouco esse mundo da sua mente e vamos voltar para nossa realidade. É perfeitamente aceitável que aquele seu tio gordo, peludo e suado ande por ai de bermuda e sem camisa, mesmo em transportes públicos. Agora se sua prima gosta de usar shorts e top, provavelmente você já ouviu ela sendo chamada (ou já chamou) de puta, piranha, ou teve que dizer para ela tomar cuidado quando sair, com o horário e pessoas desconhecidas.

Enquanto seu irmão, aquele babaca, fala que pegou tantas na balada, que já comeu sei la quantas, sua amiga é uma vagabunda porque já transou com mais de três caras. Temos uma inversão interessante. É bonito para o homem ser o garanhão, mas ninguém quer ficar vendo um cara de sunga por ai na rua. Para uma mulher, a regra seria passar a imagem de casta, mas é só ligar a TV pra ver garotas de biquine por todo lado.

Pensando nos ataques que vi por ai, não só a Dragon's Crown, mas também a outros jogos, como Bayonetta (cujos produtores já afirmaram ter intensão de ser sensual a ponto de ser escrachado), Lollipop Chainsaw (jogo do Suda51, autoexplicativo), ou mesmo Tomb Raider (quem não lembra da quantidade de mimimi sobre os gemidos da Lara, quando no trailer ela estava ferida?), são referentes em geral as personagens principais (claro que não só a elas, mas principalmente). Tanto a Feiticeira quanto a Amazona usam trajes reveladores? Sim, fazem parte dos estereótipos que elas representam. E ainda não acho que Luke tinha direito de dizer que pelos músculos a Amazona é menos atraente, ou chamar qualquer um que goste dela de pervertido, já que pessoas diferentes tem gostos diferentes. Inclusive, o argumento dele não é ainda mais machista que a própria arte do jogo?

Acredito que existe uma linha muito tênue entre roupas que condizem com a personagem e roupas criadas apenas para agradar os olhos do publico masculino - e porque não dizer, parte do feminino? Novamente, pessoas tem gostos diferentes umas das outras. Lara Croft, no novo Tomb Raider, usa uma calça justa, mas sempre roupas práticas, mesmo as alternativas. Juliet e Bayonetta usam sim roupas absurdamente provocantes, mas com algum contexto - uma é uma líder de torcida, e a outra uma bruxa superpoderosa que... veste os próprios cabelos. Ok, talvez não tanto contexto assim.

Já as roupas de alternativas das duas variam violentamente entre roupas interessantes - cosplays e roupa de coelho (não as da playboy) para Juliet, e outras variações de roupas de cabelo e uma de outra personagem da história para Bayonetta - e outras que são obviamente só uma ferramenta para vendas - biquine de conchas, maios e colãs rosas, estou falando de vocês mesmo.

Quer algo para deixar o jogo mais
escrachado do que vestir ela de freira?
Mas também temos muitos jogos e MMOs em que não existe qualquer sentido nas personagens usarem as roupas que usam. Mesmo as mais pesadas armaduras tem capacidade de deixar as personagens menos cobertas do que passistas de escola de samba. Isso talvez não fosse tão ruim se houvessem opções, mas conforme cresce seu nível, diminui sua armadura. Sabe como é, armaduras mais poderosas são feitas de material mais raro, que precisa ser economizado... Porque os homens do jogo precisam de suas armaduras de 300 kg para se sentirem machos o suficiente.

Tirando por jogos mais ligados a dramas próximos da nossa realidade como Last of Us e Beyond: Two Souls - desculpem, mas nenhum me vem a mente agora - os nossos mundos fantásticos estão livres de algumas coisas abomináveis da nossa realidade, como o estupro. E outros problemas menores, como alguns pedaços da lógica (como assim eu posso bater minha espada em tudo por 20 horas seguidas e ela não perde nem o fio?) e gravidade (cabelo de personagens japoneses e os peitos da Feiticeira, alguém?). São uma forma de escapismo. Nossas personagens preferidas podem e devem se vestir de forma que faça sentido, sem ter que se limitar a regras de uma sociedade confusa na qual seus mundos nem se encaixam.

Acredito que alguns desses ataques, o do próprio Luke como exemplo, não tem nada a ver com feminismo, mas sim algo totalmente contrário. Ele critica tanto a aparência da Amazona quanto da Feiticeira, mas não diz nada sobre a Elfa. Talvez porque ela seja a mais 'comportada' entre as personagens, coberta, com tranças, e sem seios aparentes? Uma garota com aparência pura. Enquanto isso, as outras duas são algo reprovável pela nossa sociedade - uma mulher de físico forte, e a outra com roupas reveladoras. Ele inclusive chega a desmerecer a Amazona como uma figura atraente exatamente porque na nossa sociedade ela é 'masculina de mais' graças aos seus músculos.


Outra coisa particularmente engraçada. Não faz o menor mal termos Lara Croft chacinando milhões de pessoas com seu arco e flecha, ou Kratos socando Poseidon e Hércules de forma brutal. Mas a quantidade de comentários gerados pela calça selada a vácuo da primeira, ou os mini games de sexo do segundo beira o nível do absurdo. Quem se importa se nossas criancinhas e adolescentes forem expostos a overdoses de violência? Sexo é mal, feio, sujo e corrompe. Mesmo que praticamente todos nós façamos e fiquemos nos gabando disso por ai, ou desmerecendo pessoas que não fazem, não gostam ou não se importem tanto com ele. Éeee... faz a gente parar e pensar um pouco.

E nem venham me falar em "mas as criancinhas estariam expostas a isso", porque estamos numa era onde qualquer um pode achar qualquer coisa em 5 minutos na internet. É responsabilidade dos pais controlar o acesso dos seus filhos a esse tipo de conteúdo. Classificação indicativa também ta ai pra isso, e se as pessoas respeitassem ela um minimo, talvez tivéssemos menos pais chatos enchendo empresas (cof cof ROCKSTAR cof cof) pelos seus jogos.

Alias, já que estamos falando sobre contexto, que tal falarmos um pouco sobre a arte de Kamitani? Quer descobrir o que é contexto? Vamos analisar os tipos de habilidade da Feiticeira. Apesar de contar com algumas magias de dano, ela é uma personagem focada em suporte. Pode aumentar a defesa de seus aliados, transformar inimigos em sapos, voar, criar esqueletos para lutar, e até mesmo conjurar comida para ajudar a curar o grupo. Uma personagem que claramente não se foca em um combate direto, e por tanto, não precisa de uma proteção tão pesada. Além disso, essa imagem resume bem uma ideia interessante que se repete em vários jogos da Vanillaware. Kamitani amarrou dois conceitos antigos, o de necromantes e a de deusas da fertilidade, em uma forma nova e interessante de se pensar sobre esses magos. No lugar de uma figura que 'profana a santidade da morte', as necromantes desses jogos se tornam figuras que dão vida aos mortos.

E você tem a cara de pau de falar que a personagem só é como é para vender mais o jogo.


Por fim, quero deixar claro que não acho que qualquer crítica a mulheres nos jogos é uma frescura. As mulheres principalmente tem pleno direito de considerar a forma como uma personagem é retratada extremamente ofensiva. Mas conhecer o contexto daquele jogo pode trazer argumentos ainda melhores para suas críticas, tanto ao próprio jogo, quanto a eventuais babacas que apareçam.

E isso não é um pedido para que não hajam críticas. É um pedido para que essas criticas sejam feitas mais em forma de uma discussão saudável - é, elas podem ser feitas sem que as partes se odeiem mutuamente - do que de um ataque generalizado. Se você parar para respirar um minuto, normalmente vai ver que nem tudo é tão ruim quanto parece, e que mesmo nas piores coisas você pode encontrar algo legal.

Ou não. Depois que a humanidade nos brindou com Scarlet Blade, minha esperança caiu para níveis negativos...

* As duas últimas imagem do artigo pertencem a Matt E. e podem ser encontradas em sua galeria.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Long Live the Queen!



Eu não sou tão adepta a jogar visual novel, até porque a maioria está em inglês e nem sempre tenho paciência para ficar lendo todo o texto, no entanto, por achar esse jogo um pouco interessante pelo jeito que ele é construído, resolvi jogá-lo e ver o que acontece. É um jogo indie para PC e pode ser encontrado na Steam.

Historia

Long Live the Queen conta a vida de uma princesa de 14 anos chamada Elodie. Sua mãe morreu a pouco tempo deixando seu trono do reino de Novan para a princesa que, ao completar 15 anos, será considerada uma adulta e poderá ser a rainha. Seu pai estará ao seu lado te ajudando em algumas coisas, mas a maioria das decisões serão tomadas por Elodie. Pode até parecer fácil esperar os 15 anos chegar enquanto brinca de princesa, mas durante esse ano Elodie sofrerá os mais diversos ataques contra sua vida, sejam vizinhos tentando destroná-la, aumentar seu território através de guerras, e até mesmo de criaturas mágicas, então boa sorte para sobreviver a tudo o que aparecer! Sim, seu objetivo é sobreviver, futura rainha! Vida longa a rainha!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Coppelion

Tem animes com ideias ótimas, mas a execução decepciona um pouco. 


Coppelion é um anime da GoHand de 2013 baseado no mangá com o mesmo nome criado por Tomonori Inoue. Ele tem um tema um tanto complicado para ser usado atualmente no Japão, principalmente após os problemas na usina de Fukushima, o que fez com que o mangá tivesse problemas em sua publicação.

História 

A história se passa em uma Tóquio destruida após um acidente nuclear com usinas naquela região. Apesar de se passarem mais de vinte anos desde a tragédia, ainda existem pessoas que vivem por lá, sabe-se lá Deus por quê. Três garotas são enviadas para o local resgatar essas pessoas, já que muitas delas estão fazendo pedidos de resgate. Elas são Coppelions, pessoas que foram criadas com engenharia genética para suportar a radiação local sem precisar de nenhum equipamento, e as três garotas são treinadas para ajudar as pessoas usando seus equipamentos médicos.