- Nós somos a chama - Ele gritou. - E a escuridão nos teme.
Vamos mudar um pouco o clima dessas postagens e falar de um jogo. Darkest Dungeon não entrou nem em kickstart ainda e já me chamou atenção. Um jogo de dungeon crawl com exploração side-scrolling, onde você controla 4 heróis por vez, e com combates em turnos. Por que diabos isso é tão interessante, você se pergunta? Vamos lá.
Esqueça um pouco aquele clima de alta fantasia, com heróis de roupas multicoloridas, armas imensas e cabelos espetados. Não, o clima aqui dá a entender algo mais parecido com Dark/Demon Souls - Só que além do estresse que te faz cuspir na TV e morder o controle, você tem que lidar com o estresse pelo qual os personagens vão passar se enfurnando em malditos corredores escuros atrás de riquezas e poder.
É isso ai, esqueça heróis inabaláveis em suas armaduras brilhantes - A proposta de Darkest Dungeon é criar personagens humanos, prontos para sofrerem crises de pânico com os acontecimentos terríveis que vão encarar, adquirir fobias e vícios, brigar com os companheiros. Inclusive, o site dá alguns exemplos:
- Seu Bardo viu muitos membros do grupo morrerem em combate, e se torna propenso a discursos niilistas, estressando os outros membros do grupo. Você vai enviá-lo para a farra na cidade para relaxar um pouco, ou entregá-lo ao sanatório para se recuperar?
- Seu Guerreiro começou a confiar tanto na bebida quanto em seu machado de batalha. Sua fúria embriagada é um aumento bem-vindo dos danos que o grupo pode causar, mas ele tem se tornado cada vez mais imprevisível e errático. Você larga-o na cidade, ou simplesmente coloca mais bebidas em sua mochila?
- No acampamento, os métodos do Médico enervam o Salteador, e ele recusa seus tratamentos. Talvez você devesse repensar sobre colocá-los no mesmo grupo novamente.
- Um acerto crítico de um esqueleto faz sua Vestal hesitar, e cria nela um medo paralisante de mortos-vivos. Ela pode lutar muito bem contra outros adversários, mas se quiser que ela mantenha a calma nas criptas, primeiro você deve enviá-la para a catedral para alguma oração e contemplação.
Situações diferentes dentro da masmorra podem afetar os personagens de maneiras diferentes. O mesmo cadáver apodrecido que enerva o Salteador pode encher o Cruzado de motivação. A mecânica de estresse ainda leva em conta que em certo ponto, o controle dos personagens se perde, e eles começam a sofrer de condições que afetam o grupo - Ganancia, paranoia, sadismo - Seja durante os combates, exploração, acampamento, ou mesmo na cidade.
O combate, em turnos, promete ser mais do que 'eu ataco, ele ataca'. Você não só tem que se preocupar em derrotar os inimigos, como proteger a saúde física e mental dos personagens - Nas palavras dos próprios desenvolvedores "Uma Espada Esmagadora +2 não significa muita coisa nas mãos de um covarde catatônico". Aparentemente, um sistema de 'combos' vai permitir maximizar os estragos que seu grupo pode causar com algumas combinações de golpes. Também não espere só escolher 4 personagens e sair descendo a porrada. As cicatrizes psicológicas dos personagens, somadas a suas posições no grupo, podem transformar uma exploração bem sucedida com poucos danos em um TPK - E, vejam só, nesse jogo a morte dos personagens será permanente.
Mas relaxe, você vai ter uma equipe de 16 personagens disponíveis, para explorar do modo que preferir, vendo quais combinam mais com quais, e tendo sempre substitutos para quando alguém for morto - Claro que antes você vai ter que sair da masmorra, mas ai já são outros 500. Afinal, acampar e se alimentar dentro dos tuneis escuros exige mais do que simples sorte.
Comentários e Teorias
Agora, vamos a alguns comentários simples sobre tudo o que vi até agora (que diga-se de passagem não foi muito).
Amo a ideia de um dungeon crawl mais rustico, pronto para te dar consequências por escolhas. Também acho particularmente interessante toda a ideia da sanidade e estresse dos personagens, e isso afetar tanto o grupo quanto eles mesmos. O jogo aparentemente vai contar com alguma quantidade de sub sistemas - Que podem se tornar massantes ou extremamente divertidos, dependendo de como isso se desenvolver. Além da exploração em si, vamos contar com uma cidade com locais próprios, necessidade de alimentação e cuidado com a mente dos personagens, relações entre cada um deles, necessidade de acampamento - Resta descobrir se apenas para curar feridas ou se também teremos sono ou coisa do tipo.
Quantos as classes, achei uma escolha particularmente interessante. Não acredito que essas sejam todas as que estarão disponíveis, mas vejamos:
- Gostei de ver Bardo como uma classe principal. Muitas pessoas desprezam o papel que eles podem ter (na maioria dos jogos, voltados ao combate, eu entendo isso), mas no fundo de uma maldita masmorra que faz sua mente se destruir aos poucos, ter alguém que pode animar ou relaxar o grupo vai ser de grande utilidade.
- Vestal e Cruzado me deixaram confuso. A imagem da própria Vestal (uma mulher em armaduras pesadas e com uma maça) me dá tanto a impressão de guerreira santa quanto o nome Cruzado. Mas talvez tenhamos nas Vestais as usuárias de magia do jogo, quem sabe? (Estou tratando-as no feminino porque segundo a wikipedia, Vestais eram sacerdotisas exclusivamente femininas da deusa Vesta, na Grécia).
- O Médico (Plague Doctor, no original) pode significar uma série de coisas. Minha aposta principal é que não teremos que nos preocupar apenas com os problemas psicológicos dos personagens, mais também com ferimentos que dão penalidades, e até mesmo doenças.
Só o tempo dirá exatamente o que Darkest Dungeon vai ser. Aos meus olhos, é uma proposta bem ambiciosa, e tem potencial para gerar um jogo divertido e desafiante. Estou confiando na equipe e torcendo para que o projeto de certo. Postarei atualizações sobre o projeto conforme novas informações forem apresentadas.
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