segunda-feira, 24 de junho de 2013

Bioshock Infinite

A mente do paciente lutará desesperadamente para criar memórias onde elas não existem...

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Esqueça Rapture ou qualquer cidade distópica dentro do oceano em que um homem ateu tentou construir uma cidade baseada na racionalidade, desta vez iremos para Columbia, uma cidade flutuante, utópica comandada por um patriota e religioso fanático idealizando o sonho americano!
Bioshock Infinite é o terceiro jogo da franquia Bioshock, desenvolvida pela Irrational Games, lançado em 2013, no entanto, ele não é nenhuma sequencia de Bioshock e Bioshock 2, mas sim uma outra história em uma outra situação, antes mesmo da história inicial do primeiro jogo. Desta vez não irei expor nenhum tipo de spoiler, mas que fique claro que tentarei escrever tudo sem soltar um “A” da história, pois não quero estragar o prazer de quem ainda não jogou, e acredite, isso será difícil. Lançado para Xbox 360, Playstation 3 e PC, essa resenha tem por base os consoles Xbox 360 e Pc.

A História
A história de Bioshock Infinite acontece em 1912, quando Booker DeWitt recebe uma proposta de resgatar uma garota para que sua dívida seja quitada. Ele é um ex-agente Pinkerton, uma entidade privada de segurança e agentes detetives dos EUA em 1850, e agora precisa ir até Columbia, uma cidade flutuante e distópica para resgatar a garota. O lugar se demonstra perfeito, com pessoas felizes e sem nenhum tipo de violência nas ruas, além de ser um lugar limpo e bem organizado, mas que no fundo, esconde preconceito racial e social, trabalho quase escravo e ultranacionalismo exacerbado.
Comstock, um fanático religioso e fundador de Columbia diz que o falso profeta aparecerá para destruir a cidade e levar seu cordeiro, e que será identificado com as letras AD em sua mão. Elizabeth é a garota que precisa ser resgatada, e está mantida em uma torre em forma de anjo e protegida por Songbird, uma enorme máquina em forma de pássaro, semelhante aos Big Dads. No entanto, esse resgante não será fácil, afinal, está prestes a eclodir uma guerra civil entre os ultranacionalistas nobres e o povo menos favorecido.
No entanto, o que ele não esperava era que Elizabeth pudesse criar fendas que o levam para outras realidades, e que poderia tomar novos rumos nos problemas que se meteu, e quem sabe, conseguir escapar de Columbia?
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A jogabilidade e os gráficos
Bioshock Infinite é um jogo de tiro em primeira pessoa com uma história profunda, bem envolvente, de belos gráficos e muita ação. A jogabilidade é dinâmica e fácil de entender, em poucas horas de game já consegue se adaptar a todos os botões e entrar na ação nas mais variadas formas, assim como criando várias estratégias durante o combate. Bioshock Infinite te dá a liberdade de combinar os Vigores, como são chamado os plasmids, criando poderes de forma fantástica, fazendo com que se crie vários ataques diferentes em pouco tempo, além de contar com ajuda de Elizabeth que, durante todo o combate, fica procurando Sais que restauram o Vigor, saúde e munição, e o melhor de tudo, a garota sabe se virar na hora de combate, sempre saindo da linha de fogo, se escondendo atrás de pilares, muros e qualquer coisa que forme uma barreira para se proteger, ou se agachar no meio do fogo cruzado. A melhor coisa é não se preocupar com a segurança de Elizabeth, afinal de contas, quem está sempre sendo salvo nesses combates é você.
Os gráficos são um show a parte, bem detalhado e estruturado, com baixo pico de queda nos frames, ou ao menos no computador com uma boa placa de vídeo, Columbia se torna uma cidade belíssima. No Xbox 360 algumas coisas passam despercebidas como detalhes de casas quando se olha do alto e ao longe da cidade, ou alguns serrilhados básicos, mas que são só percebidos quando não está na ação.
 Os personagens secundários acabaram ficando sem graça, todos parecidos - homens com cabelos rapados com ou sem bigode, mulheres com os mesmos penteados - é como se houvesse somente uma cabeleireira especializada em um só tipo de corte para cada sexo, mas não são todos, obviamente. Tudo bem que seriam pessoas aleatórias na cidade, que dão um ar vivo, já que cada um está interagindo de uma forma diferente, além de comentar sobre você caso esteja parado muito tempo perto delas, mas talvez se tivesse mais opções de rostos não seria tão ruim... ou será que isso foi proposital? Afinal, isso aqui é para quem já finalizou o jogo, talvez pelos acontecimentos ocorridos lá pelo meio do jogo, ter pessoas parecidas é uma consequência de tudo, não? Ou só foi preguiça de ficar dando um pouco mais de diversidade na cara alheia? Não sei, cada um tire suas conclusões sobre isso...acabei divagando em coisas que podem ser só técnicas e não históricas. Protestem contra isso!
 A jogabilidade é ótima, mas no PC ela demonstra ser muito mais precisa e eficiente que no console. A mira, se tiver o ajuste de velocidade adequada para quem é acostumado a jogar FPS no computador é muito mais útil que no console, dá para sentir essa diferença logo no início do jogo, antes mesmo de começar toda a ação, quando Booker está na feira que ocorre em Columbia, existe um mini game que consiste em atirar nos bonecos que aparecem em três cantos da tela, a mira foi muito mais precisa no PC, enquanto no Xbox era fácil de errar, mesmo atirando sem parar. No entanto, a eficiência entre usar os vigores, pular, correr, agachar ou usar os aerodromes, em ambos a jogabilidade é igual. Óbvio que qualquer FPS sai melhor no computador do que no controle.

Os Inimigos, Songbird, Vox Populi e o povo
Ao contrário de pessoas deformadas e bizarras, Columbia possui guardas - homens e mulheres - que tentarão te parar a todo custo, máquinas plantadas em lugares estratégicos, patriotas motorizados que irão te dar dor de cabeça, homens máquinas que lembram a brutalidade dos Big Dad - no entanto, eles só te querem ver virando paçoca - entre outros. Eles são inteligentes e quando atacam em grupo, conseguem fazer com que o jogador corra e se esconda atrás de muros, crie estratégias, armadilhas ou utilize-se dos poderes de Elizabeth para poder sobreviver aos ataques. Quando menos se espera um inimigo surge pelas costas atirando ou batendo, pulando pelos aerodromes - linhas férreas por onde passam os bondinhos - ou máquinas escondidas atrás de arbustos que atacarão o jogador assim que estiver na sua vista.
A maioria dos inimigos são guardas da cidade no comando de Comstock, não são tão bizarros quanto os de Rapture, mas existem aqueles que te farão parar para saber quem e o que são. Eles são divididos em fracos, médios e fortes, sendo estes últimos possuidores de pontos fraco para atingi-los, nunca tão fácil, por mais que o ponto esteja na mira, eles nunca deixarão ser atingido.
Não há Big Dads, e mesmo os Handyman, homens máquinas, substituem todo o temor dos icônicos protetores das Littles Sister, não até Songbird aparecer. Um inimigo único que protege e persegue Elizabeth seja lá para onde ela vá. Songbird é tão importante para a cidade a ponto de ter pelúcias com sua aparência, afinal, ele é o protetor do cordeiro do profeta. Elizabeth e Songbird possuem o mesmo laço de afetividade dos Big Dads e Littles Sisters, apesar da primeira almejar a liberdade, apesar de não querer deixar totalmente para trás seu protetor.
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No entanto, entre todos os inimigos citados, aquele que domina a todos com certeza não é o físico, e sim o mental. O que eu quero dizer com isso? Columbia pode ser uma cidade utópica, um paraíso para os americanos, onde os cidadães vivem em um lugar pacífico, limpo e organizado, sem criminalidade ou coisa do tipo, mas por detrás de tudo esconde um alto teor de preconceito racial e social, embaixo dos panos de uma utopia, racismo e segregação permeia o lugar em que brancos e ricos - ou tem um capital moderado - são os salvadores da terra, vindos para salvar a alma perdida de negros, asiáticos e qualquer um que não se encaixasse no padrão branco e classe alta. Pobres também são discriminados, independente se é negro ou loiro dos olhos azuis. O patriotismo e preconceito exacerbado de Comstock fez com que a cidade separasse dos EUA e fosse para os ares para ser a terra perfeita, mas notamos que isso é para os olhos do pessoal que mora no chão.
Este seriam os piores inimigos simplesmente porque apesar da história ocorrer em 1912, época comum para o racismo, quando negros saiam da escravidão por Lincoln em 1863 e tentavam ter uma vida como a de qualquer outra pessoa americana, mas que hoje em dia, cenário que deveria ser diferente, continua a mesma coisa daquela época, e digo isso em nossa vida real. Não só esse preconceito, mas todos os que o jogo escancara em nossa cara, ou até mesmo aqueles velados, que o jogo dá sutis insinuações.
Vox Populi é um grupo de insurgentes liderados por  Daisy Fitzroy, uma mulher negra, que rejeita a ideologia puritana e xenofóbica do profeta. No inicio eles são apresentados como meros anarquistas que só querem atrapalhar a progressão da cidade, fazendo protestos e manifestações pela classe operária e grupos oprimidos até que surgiram os militares entre os membros da organização. Inicialmente a Vox Populi não queria aderir a nenhum tipo de ideologia particular, e sim romper a barreira social e racista que Columbia possuía. Conforme a história prossegue, a Vox vai mudando até seu estopim final, quase como aconteceu no Brasil recentemente, só que de forma mais... como posso dizer sem dar spoiler? Hum... jogue e verá!
A trilha sonora e os Voxophones
Para um jogo ser marcante não precisa somente de uma ótima história, um gráfico bonito ou personagens cativantes, mas também de uma bela trilha sonora que nos poe no clima. Diferentemente dos outros Bioshock, Infinite não só conta com músicas tensas ou sombrias, mas também com as alegres e agitadas. A trilha sonora aparece nos momentos exatos, criando climas de tensão ou agitação, nos envolvendo com a história e com o jogo cada vez mais.
Também há músicas nas vitrolas e em rádios, cantadas na moda da época, no entanto, todas elas são músicas Covers das que existem realmente. Exatamente! As músicas tocadas em 1912 em Columbia existem de verdade! Mas como isso? Elas não seriam criações dentro do jogo para o jogo? Sim e não, porém isso é uma curiosidade que só se entenderá dentro do jogo em algum Voxophone.
E falando em Voxophone, eles nunca poderão faltar em um jogo de Bioshock, e o texto traduzido pode ser conferido no menu. grande parte da explicação vem desse mecanismo escondido por todo o cenário, o que te fará ficar horas e horas somente a procura deles, estendendo o tempo de jogabilidade, como acontecia com seus antecessores, mas com a vantagem de termos a tradução.
 Alias, existe uma trilha sonora sinistra em Bioshock Infinite, mas que em velocidades aceleradas, dá para ouvir que é uma musica. Não é um spoiler, mas faz muito sentido para a história se você ver a letra, coisa que eu não farei. Confira:
 Não só essa musica, mas há outras sacadas com sons e musicas invertidas durante o jogo, se tiver curioso é só procurar no youtube por easter eggs e ser feliz.
Elizabeth e Booker
O protagonista e a estrela do jogo. Apesar de Booker ser o principal, Elizabeth é quem rouba todas as cenas. Personagens muito bem construídos, a vida de ambos são tão entrelaçadas com a história do jogo que é impossível alguém não ter se simpatizado com os dois.
BookEliz
Booker DeWitt é um ex-agente de Pinkerton que agora trabalha como investigador particular. Por conta de problemas em sua vida, Booker se tornou alcoólatra e viciado em jogos de azar, e por conta dessa vida, ele contraiu dividas e por conta de uma delas, ele foi contratado para retirar uma garota que estava na cidade de Columbia e entrega-la para um homem misterioso.
Elizabeth é uma garota que vive na torre em forma de anjo construída para protegê-la do falso profeta. Inteligente, alegre e muito poderosa, é capaz de abrir fendas para outras dimensões, sendo possível trazer coisas existentes de um mundo para o outro. Protegida por Comstock tem como amigo e carrasco Songbird, que não a deixa sair da torre por nada. Filha do profeta, ela é a prometida para salvar o mundo de uma profecia vista por ele, em que o mundo acabaria em chamas e Columbia seria a única cidade salva, no entanto, o falso profeta iria levá-la de lá, então todas as pessoas deveriam ficar de olho em qualquer suspeito com um "AD" nas costas da mão. Inteligente, bonita, ótima em desenho, dança e canto, é alegre , inocente e inconsequente, mesmo que tenha sido confinada por muitos anos na torre, possui um espírito livre.
E estes são os dois personagens principais do jogo, mesmo que tenha muitos outros, preciso falar dessa dupla. Raramente nós vimos a cara de Booker, nem mesmo o reflexo da água mostra seu personagem, mas sua voz - interpretada por Troy baker - consegue expressar muito bem tudo o que o personagem sente. Por outro lado, Elizabeth tem uma perfeita expressão, tanto corpórea quanto pela voz - interpretada por Courtnee  Draper - transmitindo a nós todas as emoções. Se você atirar em um cara perto dela, ela ficará espantada ou chocada, enquanto andam pela cidade explorando o lugar, ela apontará algum itens, além de entregar moedas perdidas que ela consegue achar por ai, o que é muito útil por sinal. De Ashleys e Shevas da vida, Elizabeth dá um baile com sua IA, e espero que muitos possam se inspirar na garota para fazer companions mais inteligentes e eficientes a partir de agora.



Escolhas e o modo 1999

Existem algumas escolhas que podem ser feitas durante o jogo, mas elas não mudarão nada na jogatina além da estética, isto é, se você não estiver jogando no Modo 1999. O Modo 1999 é o modo hard dos jogos dos anos 90, aquele mesmo que você deve ter tacado o controle do Nes na parede por não ter conseguido nem passar do inicio de Contra. Ele é um modo para os jogadores hardcores que não se satisfizeram com o hard de Infinite. Ele é desbloqueado somente quando se dá final pela primeira vez ou através de um código no menu do jogo.
Enquanto no jogo normal suas escolhas não afetam nada exatamente, o Modo 1999 te fará repensar várias vezes qual escolha deverá fazer antes de prosseguir, afinal, se você escolher errado com certeza não conseguirá continuar o jogo, e deverá voltar para o ultimo load e refazer sua escolha. E falando em voltar para o load, prepare-se para obter muita grana, já que o custo para reviver é bem alto, e quando a grana acabar, se você não salvou o jogo anteriormente, terá que fazer tudo de novo ou até seu ultimo e distante save.
Todas as escolhas, até mesmo habilidades e equipamentos devem ser pensados antes de possuí-los, alguns são permanentes e você deverá finalizar o jogo com eles. Boa Sorte.
Curiosidades
  • Durante a criação de Bioshock Infinite algumas coisas ocorreram: Uma delas foi que o jogo seria chamado de Projecto Icarus, mas era tudo fachada da empresa para esconder o verdadeiro nome.
  • No início do jogo, para entrar em Columbia, o jogador precisa passar por um batismo, e isso fez um fã da série ficar indignado e parar de jogar, pois ele é cristão e não aceitou ser forçado a um batismo dentro do jogo. Ele comunicou a Valve, e notícias dizem que foi reembolsado. É, perdeu um excelente jogo.
  • Elizabeth teve uma cosplayer como modelo para seu rosto chamada Anna Moleva, após esta cosplayar-se como a personagem e os produtores aprovarem, chamaram-na para participar da criação do design.
  • A primeira fenda que vemos Elizabeth abrindo mostra uma Paris moderna, e ao fundo, há um cinema com o filme "O Retorno de Jedi" em exibição.
Minha opinião
Este jogo é perfeito! Tem uma história incrível, lugares maravilhosos, excelente música e boa jogabilidade. Tem poucos defeitos e se tornam invisíveis perante tanta qualidade que ele apresenta. É um jogo que merece ser jogado muitas vezes, com cada lugar sendo explorado minimamente a cada reinício, ler todos os Voxophones, procurar todos os aparelhos que contam a história de Columbia, além de fazer-nos pensar em várias coisas, principalmente pela temática que ele aborda.
Mesmo que me incomode as pessoas serem muito parecidas, isso é detalhe menor dentro desse jogo. Uma coisa tenho a dizer: Elizabeth me conquistou na primeira foto que ela aparece. Talvez pelos trailers lançados, ou talvez por já demonstrar simpatia desde sua aparição, e não digo exatamente na foto inicial do jogo, mas sim quando estamos na torre dela, antes que alguém diga que eu estou exagerando, se você jogou, sabe exatamente o que tem naquelas salas.
Está aí um jogo muito recomendado, até mesmo sua trilha sonora ou se perder lendo o wikia para entender muito mais coisas, além de dar enormes discussões com amigos acerca dos conceitos lançados, além daqueles tapas na cara que a série Bioshock consegue fazer com maestria.
Jogo que vale a pena ser jogado por qualquer pessoa!
 Se você não gostou de Bioshock Infinite, mas leu até aqui, espero que você seja levado para Rapture e atravessado por uma broca de um Big Dad!

Se você não gostou de Bioshock Infinite, mas leu até aqui, vai levar uma física quântica na cara!

2 comentários:

  1. Oi, eu sou o Nerd Erudito. E vou pegar um livro de física quântica e bater na minha cara continuamente :P

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    Respostas
    1. Bem, você leu até o final :P
      Mas hoje em dia eu acabei tendo outra opinião sobre o jogo, como as coisas mudam, e começamos a refletir, tenho certeza que se eu escrever de novo essa matéria, ela poderá ser diferente.

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